O autismo também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é caracterizado por alterações significativas na comunicação, desordens no desenvolvimento psicomotor, estado comportamental, interação interpessoal do indivíduo.

Essas alterações levam a importantes dificuldades adaptativas e aparecem antes dos três anos de idade, podendo ser percebidas, em alguns casos, já nos primeiros meses de vida. Alguns desenvolvem uma inteligência superior e fala intacta, outros possuem sérios problemas no desenvolvimento da linguagem, alguns parecem fechados num mundo idealizado por eles e distantes, claro que estas características variam de acordo com a gravidade da doença.

Além disso, pode ocorrer uma série de desordens gastrointestinais, que podem acometer os autistas, como: inflamações na parede intestinal, produção diminuída de enzimas digestivas, alteração na permeabilidade intestinal e “envelhecimento precoce” dos enterócitos.  As causas da doença ainda não estão claramente identificadas, porém já se sabe que é mais comum em crianças do sexo masculino.

Atualmente vem ganhando destaques positivos as intervenções nutricionais adotadas, para auxiliar no tratamento de crianças autistas, sendo que as mais conhecidas são as dietas sem glúten e sem caseína, além disso, também são orientados que sejam retirados corantes, produtos químicos e industrializados da base alimentar, pois sabe-se que a maturidade intestinal tem grande importância no desenvolvimento cognitivo da criança, sendo assim o comprometimento deste pode desencadear vários problemas como a maior toxidade.

Segundo relato de alguns autores o glúten e a caseína causam sensação de prazer, porém, pode aumentar a hiperatividade, falta de concentração, dificuldade de comunicação e sociabilidade em crianças autistas.  Estudos relatam que indivíduos autistas que aderiram uma dieta isenta de glúten e caseína, obtiveram melhora nos sintomas, sendo que os relatos positivos ocorreram após 8 e 12 meses de reeducação alimentar.

Diversos estudos sobre a alimentação do autista vêm sendo desenvolvidos, porém ainda não há consenso entre os pesquisadores. Sabemos que nos primeiros anos de vida, as crianças experimentam novos alimentos, conhecem novas texturas, entretanto, crianças autistas são seletivas e resistentes ao novo, costumam criar bloqueio a novas experiências alimentares, apresentando um repertório alimentar limitado. Essas restrições levam a um consumo de nutrientes essenciais limitado, levando a um estado nutricional inadequado.

Por estas razões, várias intervenções multidisciplinares promovem melhor desenvolvimento da criança, sendo muitas vezes necessário um acompanhamento com psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, entre outros profissionais. Desta forma também é necessário que a família esteja inteirada com toda a equipe profissional, obtendo resultados positivos no quadro clínico.

Essas informações não dispensam acompanhamento do médico ou nutricionista.

Indyanara Cristine dos Passos
CRN 10 – 5202P

Fontes:

SILVA, N.I. Relações entre hábito alimentar e síndrome do espectro autista. Dissertação apresentada para obtenção do título de mestre em Ciências. Piracicaba, 2011.

LEAL. M., et al. Terapia nutricional em crianças com transtorno do espectro autista. Cad. da Esc. de Saúde, Curitiba, v.1 n.13.

CARVALHO, J.A., et al. Nutrição e autismo: considerações sobre a alimentação do autista. Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v.5, n.1, Pub.1, Janeiro, 2012.

GAZOLA. F., et al.

 Ingestão de lactose, caseína e glúten e o comportamento do portador de autismo.  Revista Saúde Quântica, v.4, n°4, Jan./Dez., 2015.

Revista: Autismo informação gerando ação. Fonte: www.revistaautismo.com.br

 Whiteley, P., et al. Gluten- and casein-free dietary intervention for autism spectrum conditions. Front. Hum. Neurosci, 2013.

 LE ROY, C. O., et al. Nutrición del Niño con Enfermedades Neurológicas Prevalentes. Rev. Chilena de Pediatria, v. 81, n.2, Santiago, Abril, 2010.