Já ouviu falar em PANC? Estas são plantas alimentícias não convencionais, e referem-se a todas as plantas com partes ou porções que podem ser consumidas na alimentação humana, incluindo aquelas espécies alimentícias que, embora convencionais, possuem partes que não são consumidas usualmente.
Os estudos recentes evidenciam que as PANCs apresentam alto valor alimentar e nutricional, especialmente proteção antioxidante e efeitos anti-inflamatórios. Sendo assim, têm potencialidades para incrementar e complementar a alimentação, diferenciando cardápios com novos sabores e cores.
O Brasil é um país com uma biodiversidade incrível, apresenta um dos ecossistemas mais ricos do mundo, possui em torno de 50 mil espécies de plantas. Se apenas 10% delas pudessem ser consumidas, já seriam 5 mil espécies de plantas nativas comestíveis, em todos os biomas. Na alimentação diária as pessoas utilizam em média de 10 a 20 plantas, algumas delas em quantidades muito pequenas, como nos condimentos ou temperos. Por isso, é fundamental explorar ainda mais essas espécies não convencionais.
Estão incluídas nas PANCs sementes, rizomas, flores, folhas e frutos. Como exemplos das partes descartadas dos alimentos convencionais, estão as folhas da beterraba, da batata doce e a casca da banana. Já algumas não convencionais conhecidas são a azedinha, peixinho, mangaba, taioba, ora-pro-nobis, fruta-pão, caruru, sombra de touro, pepininhos silvestres e jaracatiá.
É importante cautela e informações prévias no consumo das PANCs, para se ter a certeza da qualidade do novo alimento a ser introduzido, além disso o uso indiscriminado de alguma planta desconhecida pode ser tóxico e alergênico. Na dúvida, é preferível não consumir.
Existem fontes de consulta sobre as PANCs, como: o livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) No Brasil, que descreve 351 espécies de PANCs, com imagens ilustrativas e receitas; o site da Embrapa ou o do Instituto Kairós, que é encontrada a cartilha Guia Prático de PANC.
As PANCs valorizam a agricultura familiar, respeitam a agroecologia e a sustentabilidade, gerando grande valor para a economia, por isso se tornam muito atraentes para novas pesquisas. Além disso, essas plantas também podem contribuir no combate à fome e à miséria, pois nascem facilmente, crescem rapidamente, não exigem tecnologia avançada e se adaptam a solos e climas diversos, dispensando adubação e agrotóxicos.
Que tal começar a incluir alguma PANC no seu cardápio e desfrutar de novos sabores cheios de nutrientes?
Essas informações não dispensam o acompanhamento de médicos ou nutricionistas.
Nutricionista Carine Giacomelli
CRN10: 6288