Os benefícios do licopeno são muito falados para a saúde do homem, mas você sabe de fato quais são as ações benéficas desse nutriente para o nosso corpo?
Licopeno é um dos antioxidantes mais potentes conhecidos, sendo o mais importante dos carotenoides presente na dieta. Os carotenoides formam um grupo de pigmentos naturais com aproximadamente 700 componentes que apresentam coloração amarela, laranja ou vermelha (com exceção dos carotenoides fitoeno e fitoflueno, que são incolores).
O organismo humano não consegue sintetizar este composto, desta forma a fonte de obtenção precisa ser, obrigatoriamente, pela dieta. As fontes alimentares de licopeno são frutas e outros vegetais na coloração vermelha. Alguns exemplos são: goiaba, melancia, mamão, pitanga e, principalmente, o tomate.
No entanto, a sua biodisponibilidade pode ser afetada por inúmeros fatores, tais como fatores como o grau de maturação, efeitos climáticos, forma de preparação, presença de gordura, diferenças entre variedades de alimentos e outros carotenoides.
A absorção do licopeno é maior quando o alimento fonte é aquecido e acrescido de uma fonte de gordura, pois o rompimento das paredes celulares facilita o contato deste com a mucosa intestinal, e a solubilidade nas micelas de ácidos biliares são mais facilmente incorporados nos quilomícrons. O licopeno da melancia e do mamão é muito biodisponível (em torno de 60%), enquanto o do tomate cru está em 13%, contra 70% do mesmo quando cozido, ou seja, principalmente na forma de massa ou molho de tomate.
Com relação à ação antioxidante do licopeno, precisamos entender o que é estresse oxidativo.
Em decorrência de atividades celulares e do metabolismo do oxigênio, espécies reativas de oxigênio (ERO) são geradas, causando danos a componentes celulares como proteínas, lipídios, DNA e RNA, por meio da oxidação dos mesmos. O aumento da concentração de ERO ocorre quando há o desequilíbrio entre a defesa resultante da ação de antioxidantes, e a produção de ERO, caracterizando assim o estresse oxidativo. Tal desequilíbrio pode desencadear processos mutagênicos, carcinogênicos e de envelhecimento.
Em condições normais, as células têm mecanismos de proteção contra os danos causados por ERO através da ação de moléculas antioxidantes, que atuam direta ou indiretamente na prevenção da oxidação das biomoléculas. Quando atuam diretamente, são responsáveis por neutralizar ERO. Já quando agem indiretamente, regulam o sistema de defesa antioxidante ou o sistema de reparo de DNA. No organismo, o sistema de proteção antioxidante pode ser basicamente divido em: grupo de antioxidantes enzimáticos e grupo de antioxidantes não-enzimáticos. Enzimas como superóxido dismutases, catalases e glutationa peroxidases são exemplos de antioxidantes enzimáticos que são produzidos pelo organismo. Enquanto os antioxidantes não-enzimáticos são adquiridos pela alimentação, como é o caso da vitamina C, vitamina E e carotenoides.
Como antioxidantes, os carotenoides, apresentam mecanismos de ação física ou química para neutralizar os efeitos de ERO. A ação física ocorre através da transferência de energia. Já a ação química ocorre através da reação entre carotenoide e ERO, sendo conhecidos três tipos: transferência de elétron, abstração de hidrogênio e adição de radical. A atividade antioxidante dos carotenoides é variável.
O licopeno é conhecido como um dos melhores supressores biológicos de radicais livres, especialmente aqueles derivados do oxigênio (ERO). Através dessa ação antioxidante, estudos apontam que o licopeno pode reduzir em até 50% o risco de câncer de próstata em humanos e, possivelmente, atuar contra os cânceres de esôfago, mama, pulmão e pele. Isso se deve ao fato desse carotenoide ter um alto grau de proteção contra a oxidação do LDL colesterol. O que explica também porque o licopeno pode conferir benefícios contra doenças coronárias, evitando a formação da arteriosclerose. Outro ponto favorável é o fato do licopeno fortalecer o sistema imunológico, aumentando a resistência do organismo, dando-lhe forças para combater células malignas e também prevenindo a divisão de células tumorais.
Com relação aos efeitos colaterais, não existem dados significativos associados ao consumo de suplementos de licopeno, porém as quantidades sugeridas devem ser respeitadas. As doses de licopeno devem permanecer na faixa que seria alcançada pelo consumo dos alimentos fontes: 10 a 40 mg/dia. Aproximadamente 10 porções semanais de derivados do tomate (dependendo das escolhas e métodos de preparação) conseguem reduzir o risco de câncer de próstata em aproximadamente 35%.
Essas informações não dispensam o acompanhamento de médicos ou nutricionistas.
Letícia Longhi Rocha
Nutricionista – CRN 10-3814
Fontes:
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PELISSARI, F. M. RONA, M. S. S. MATIOLI, G. O licopeno e suas contribuições na prevenção de doenças. 2008.
KARAM, A. P. G. Licopeno. http://nutrianapaula.com.br/beneficios-do-licopeno/. 2015.