Caracteriza-se por uma inflamação intestinal crônica de natureza autoimune, não contagiosa, causada pela intolerância ao glúten. Ou seja, em resposta à ingestão de glúten o corpo aumenta a produção de anticorpos (células de defesa do organismo) para destruí-lo.
Esse “ataque ao glúten’ gera uma inflamação local que danifica as vilosidades do intestino, prejudicando a absorção dos nutrientes por meio da alimentação.
Podem surgir sintomas como diarreia crônica, prisão de ventre, vômitos, dores abdominais, aftas de repetição, perda ou ganho de peso, atraso de crescimento e desenvolvimento em crianças, alterações de humor, distensão abdominal, dermatite, ou podem não apresentar sintoma algum.
A doença é diagnosticada apenas por meio de exames, caso não tratada, pode desenvolver câncer de intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição, esterilidade e inclusive levar a morte.
Pessoas acometidas pela doença já apresentam uma predisposição genética e a manifestação costuma ocorrer durante a infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo também surgir na fase adulta.
O glúten é uma proteína presente nos cereais, sendo muito utilizada para a fabricação de alimentos devido sua função de “dar liga” às massas e promover o seu crescimento. Porém, apenas o glúten de alguns cereais pode causar reações aos celíacos como o trigo, aveia, cevada e centeio. Esses cereais são muito utilizados para a fabricação de medicamentos, bebidas e cosméticos.
O tratamento consiste em uma dieta totalmente isenta de glúten em que os ingredientes devem ser substituídos por outras opções sem glúten, como a farinha de arroz, milho, fubá, mandioca, polvilho, fécula de batata, entre outras.
Vale ressaltar que o glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos e que qualquer quantidade, mesmo que mínima, pode causar danos ao celíaco.
No ano de 2003 foi criada no Brasil a lei federal nº 10.674 que obriga os fabricantes informarem nos rótulos dos alimentos a presença do glúten, essa medida foi tomada como preventiva para controle da doença. Nos países Sul americanos utiliza-se o termo “Sin TACC” que significa sem trigo, aveia, cevada e centeio, já no Brasil o termo “sem glúten” foi generalizado.
A restrição de glúten não é recomendada para a perda de peso, sendo associada a redução do excesso de carboidratos na alimentação. Portanto, é indicada somente por meio de diagnóstico e prescrição médica ou nutricional.
Essas informações não dispensam o acompanhamento de médicos ou nutricionistas.
Bruna Mariotto
CRN10 – 6522
Fontes:
http://www.acelbra.org.br/2004/dieta.php