Segundo a Lei Federal 7.802 de 11.07.89, Agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso na produção, no armazenamento, nas pastagens, na proteção de florestas e outros ecossistemas, assim como em ambientes urbanos, hídricos e industriais, que tem como finalidade alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos.
Os agrotóxicos são compostos que foram desenvolvidos a partir de uma grande variedade de substâncias químicas com a finalidade de combater as pragas e doenças das plantações, aumentando a produtividade e o lucro. Existem várias formas de aplicá-los na plantação e um deles é a pulverização, que pode ser espalhada manualmente ou com o auxilio de aviões que despejam os aditivos. Esse modo é o mais prejudicial para a natureza, pois o controle é menor e o veneno pode ser carregado pelo vento alcançando vegetações, rios e animais.
O uso de agrotóxico é um dos recursos mais empregados pelos agricultores para tentar amenizar a perda da produção. Hoje no Brasil existem mais de 1800 produtos registrados, porém esse sistema precisa de mais formulações, por ser um modelo químico dependente, quanto maior o uso, maiores os danos ao meio ambiente e mais resistente ficam as pragas.
Está em andamento no Congresso Nacional um projeto que retrocede a legislação sobre o uso de agrotóxicos, o chamado PL do veneno. Os defensores do projeto sugerem a necessidade de modernizar a lei que estaria “atrasada”, também querem alterar o atual nome para Fitossanitários ou outros nomes mais amenos, facilitando o registro de novos aditivos e de antigos que já foram proibidos.
O Brasil é um dos países que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Estima-se que cada brasileiro consome em média 7,3 litros de aditivos químicos por ano. Esses aditivos representam um risco para a saúde, podem ser aspirados, inalados, absorvidos pela pele ou ingeridos em alimentos contaminados. Atuam em processos vitais do corpo, agindo diretamente sobre a saúde humana. Seus efeitos vão depender das características químicas e tempo de exposição, mas em geral as reações adversas imediatas, segundo estudos, são vômito, diarréias, desmaios, espasmos musculares e dificuldades respiratórias. Já os efeitos a longo prazo podem aparecer semanas, meses ou anos depois e são mais difíceis de identificar. Estudos nessa área apontam que o agrotóxico é um agente em potencial para desenvolvimento de câncer, além de mutações genéticas e doenças neurológicas como o autismo (TEA).
Devemos nos conscientizar sobre os riscos que esses produtos representam para a saúde e incentivar a produção limpa, unir a cidade ao campo e exigir alimentos saudáveis e seguros para o consumo humano.
Essas informações não dispensam o acompanhamento de médicos ou nutricionistas.
Jordana Chiquetti
Estagiária de Nutrição