A coluna vertebral é formada por vértebras (cervicais, torácica e lombares), dentre estas, estão os discos intervertebrais, que são estruturas formadas por anel fibroso e núcleo pulposo, que tem por função dar mobilidade e amenizar o impacto da força da gravidade a que estamos submetidos permanentemente. O núcleo, sob tensão, pode se deslocar e, até mesmo, romper o anel fibroso. No caso da hérnia discal acontece pelo aumento das forças exercidas no núcleo pulposo, esse se desloca e rompe o anel fibroso, indo em direção ao canal medular ou em direção aos espaços por onde passam as raízes nervosas, gerando compressão destas estruturas.
Desta forma, manter uma postura inadequada, sobrecarrega a coluna, fazendo com que os discos intervertebrais sofram cargas anormais. As causas mais comuns são: predisposição genética, que tem sido alvo de estudos, traumas de repetição, trauma direto, idade avançada, tabagismo. No caso da predisposição genética, estudos revelam alterações de genes como o receptor da vitamina D (VDR), o gene que codifica uma das cadeias polipeptídicas do colágeno IX (COL9A2) e o gene responsável pela codificação do proteoglicano (AGC) que são os principais componentes das cartilagens. Tais investigações se dão pelo fato do colágeno tipo IX ser mais flexível do que os outros tipos de moléculas de colágeno e está intimamente ligado e associado ao colágeno tipo II. Os estudiosos e investigadores acreditam que a natureza deste colágeno, lhe permite atuar como uma ponte que liga o colágeno tipo II com os componentes da cartilagem, porém é necessário que sejam feitos estudos para comprovar.
Os sintomas são diversos e estão associados a localização, área comprometida, tamanho, sendo que a maioria ocorre na região lombar, porém podem ocorrer na região torácica e cervical, sendo que pode ser assintomático, ou causar dores na região lombar, sensibilidade em pernas e braços, formigamento, dificuldade para andar, incapacidade de realizar alguns movimentos.
Estima-se que 2 a 3 % da população sejam acometidos desse processo, cuja prevalência é de 4,8% em homens e 2,5% em mulheres, acima de 35 anos. O diagnóstico pode ser, por histórico de dor e o exame físico do paciente, exames complementares são necessários em caso de dúvidas de diagnóstico como: exames de Raio-X, ressonância magnética e tomografia.
O tratamento inicial pode ser conservador, com manejo medicamentoso (anti-inflamatórios, analgésicos, corticoide), fisioterapia, alongamentos e fortalecimentos musculares, nos casos de excesso de peso a perda de peso é fator primordial, o tratamento conservador é eficaz em cerca de 80% dos casos. Quando não se obtêm melhora da dor após dois a três meses com uso de medicações e fisioterapia, formigamentos, perda de sensibilidades em membros inferiores, ou quando a hérnia de disco acaba invadindo o canal medular, nesse caso o tratamento cirúrgico é indicado.
Para aqueles que não possuem hábitos saudáveis, repense, na maioria dos casos o excesso de peso e o sedentarismo podem agravar ainda mais as dores. Procure realizar alguma atividade física que irá auxiliar no fortalecimento e melhora da postura, a fisioterapia é bem indicada. Invista em uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, evite bebidas alcoólicas, cigarro, frituras, doces, refrigerante e embutidos. Invista em qualidade de vida, sua saúde agradece.
Essas informações não dispensam acompanhamento do médico ou nutricionista.
Indyanara Cristine dos Passos
Nutricionista CRN10 5202 P
Fontes:
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