Quando se fala em alimentação, sabe-se que a prática de uma alimentação saudável contribui para a qualidade de vida, levando a melhora no quadro de diversas doenças, e com a esclerose múltipla não é diferente. Diversas pesquisas vêm sendo realizadas para investigar os benefícios dos alimentos e seus componentes na melhora dos quadros de Esclerose múltipla.
Para quem não conhece, a esclerose múltipla é uma doença crônica de caráter inflamatório, que leva a destruição da bainha de mielina que reveste e protege extensões de células nervosas. Quando a mielina esta danificada, a comunicação das células nervosas é interrompida, afetando o cérebro e a medula espinhal. Sua causa ainda não é perfeitamente clara, porém acredita-se que envolva processo autoimune, hereditariedade e exposição a toxinas.
Os sintomas da doença em muitos dos casos comprometem a qualidade de vida do indivíduo conforme a progressão da doença. Os sintomas mais comuns envolvem visão turva ou dupla, espasmos musculares dolorosos, estresse, fadiga, formigamento ou dormência nas pernas, braços e face, tontura, depressão, tremores, problemas no controle da bexiga, entre outros.
Diversos estudiosos destacam que a presença de disbiose intestinal, deficiência de vitamina D, baixa ingestão de ácidos graxos essenciais e o aumento do consumo de gordura saturada, podem ter ligação com o desenvolvimento e piora no quadro da doença. O intestino é um órgão protetor, quando este se encontra em desequilíbrio, ou seja, aumento de bactérias maléficas com relação às benéficas, são desencadeadas respostas inflamatórias, gerando má absorção de nutrientes e piora nos quadros de Esclerose.
Outra probabilidade destacada como fator risco, e que gera piora nos quadros de Esclerose refere-se à deficiência de vitamina D tal inferência, deu-se pelo fato de em regiões onde as pessoas tem baixa exposição solar, a incidência de esclerose múltipla apresentou ser maior. Nesses casos é importante realizar exames de rotina para avaliar níveis séricos de vitamina D, pois, apesar de ser fornecida por alguns alimentos sua principal fonte é o sol.
Em relação aos aspectos nutricionais, não existe protocolo dietoterápico específico, porém os mesmos alimentos sugeridos para uma dieta saudável de indivíduos adultos pode ser inserido no dia a dia de um indivíduo com esclerose múltipla, entretanto algumas medidas são orientadas, dentre elas evitar o consumo de gorduras saturadas, aumentar o consumo de vitaminas e minerais, dentre eles zinco e magnésio, aumentar o consumo de alimentos fontes de ácidos graxos essenciais como peixes: salmão, sardinha, atum, fontes de ômega 3, devido seu papel imunomodulador, anti-inflamatório e antioxidante. Incluir diariamente nozes e castanhas, além das sementes como a chia e linhaça. Abuse na variedade de frutas e verduras, pois são fontes de antioxidantes e fibras que auxiliam na melhora dos processos inflamatórios e mantém a função intestinal saudável.
Opte por carnes magras, ovos e temperos como a cúrcuma, mas lembre-se da importância de escolher alimentos livres de agrotóxicos, por isso prefira os orgânicos e não esqueça beba bastante água ao longo do dia. Para os portadores da doença não se considere incapaz, busque tratamento, o apoio familiar e o equilíbrio emocional, tudo isso com certeza ajuda no tratamento e a forma de encarar esta doença!
Essas informações não dispensam acompanhamento do médico ou nutricionista.
Indyanara Cristine dos Passos
Nutricionista – CRN10 5202
Fontes:
CASTRO, Joana Catarina. Alimentação Saudável na EM. Associação Nacional de Esclerose Múltipla.
JAHROMI, Soodeh Razegh, et al. Iranian consensus on use of vitamin D in patients with multiple sclerosis. BMC Neurology, 2016.
SEDAGHAT, Fatemeh, et al. Mediterranean diet adherence and risk of multiple sclerosis: a case-control study. Asia Pac J .Clin. Nutr., 2016.
PEREIRA, Paula. Alimentação e Esclerose Múltipla (EM). Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla. 26 abril, 2011.
Harvard Health Publications. Multiple sclerosis. April, 2015.
