O Chá verde produzido a partir das folhas da planta Camellia sinensis é, depois da água, a bebida não alcoólica mais consumida no mundo. Durante séculos, o chá tem sido considerado pelos orientais como uma bebida saudável, sendo utilizada na China por aproximadamente 3.000 anos, sendo este país o seu principal produtor.
É uma das plantas mais estudadas, por conter uma série de nutrientes e fitoquímicos que auxiliam na manutenção do equilíbrio orgânico. Estudos recentes produziram resultados que afastaram muitos mitos e também confirmaram alguns benefícios importantes para a saúde, demonstrando que o chá verde tem propriedades funcionais e que, quando incluído na alimentação diária, pode trazer benefícios fisiológicos específicos, devido aos seus componentes.
Por este motivo, o uso do chá verde tem sido sugerido para a redução do risco de problemas metabólicos, como a resistência à insulina. Para justificar esta atividade, um estudo conduzido em modelo animal mostrou que o extrato do chá verde contribuiu com o equilíbrio do metabolismo glicídico.
Em uma análise realizada in vitro identificou que substâncias encontradas no chá verde, inibem as enzimas que participam da digestão dos carboidratos. Desta forma, esta atividade inibitória pode reduzir a absorção de glicose consumida em uma refeição e, consequentemente, poupar a secreção de insulina e seu efeito cascata.
Estes benefícios também são interessantes para reduzir o risco de problemas associados à resistência à insulina, como as alterações cognitivas. Esta correlação é explicada pela influência do metabolismo glicídico nas atividades cerebrais, sendo a resistência à insulina responsabilizada pela redução do suporte de glicose para produção de energia em diversas células do sistema nervoso central. Desta forma, um recente estudo realizado em pessoas com resistência à insulina mostrou que a administração de extrato de chá verde melhorou o desempenho da memória, uma descoberta que para os pesquisadores tem importantes implicações clínicas no tratamento de transtornos neuropsiquiátricos, incluindo o comprometimento cognitivo.
É importante ressaltar que os compostos bioativos do chá verde são absorvidos pelo organismo quando ocorre a infusão de suas folhas. Entretanto, é necessário ter cautela com a recomendação de chá verde, devido a sua concentração de cafeína, composto que pode exercer efeito desagradável em indivíduos sensíveis, e também devido a possíveis interações com a glândula tireoide. Portanto, a indicação de qualquer planta deve atender as necessidades individuais, para que o tratamento seja seguro e efetivo.
As informações fornecidas neste site destinam-se ao conhecimento geral e não dispensam o acompanhamento de médicos ou nutricionistas, as informações contidas aqui não se destinam a diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.
Nutricionista Raissa Anaisse de Araújo
CRN10: 4984
Fontes:
- SENGER, Ana Elisa Vieira; SCHWANKE, Carla HA; GOTTLIEB, Maria Gabriela Valle. Chá verde (Camellia sinensis) e suas propriedades funcionais nas doenças crônicas não transmissíveis. Scientia Medica, v. 20, n. 4, p. 292-300, 2010.
- SERON, Vanessa Drieli; FURLAN, Maria Montserrat Diaz Pedrosa. Papel do Chá verde e seus componentes no tratamento do Diabetes mellitus tipo 2. Saúde e Pesquisa, v. 3, n. 3, 2010.
- CHOI, J.Y.; KIM, Y.K.; RYU, R. et al. Effect of green tea extract on systemic metabolic homeostasis in diet-induced obese mice determined via RNA-seq transcriptome profiles. Nutrients; 8(10):E640,2016.
- LIU, S.; AI, Z.; QU, F. et al. Effect of steeping temperature on antioxidant and inhibitory activities of green tea extracts against α-amylase, α-glucosidase and intestinal glucose uptake. Food Chem; 234:168-173,2017.
- MI, Y.; QI, G.; FAN, R. et al. EGCG ameliorates high-fat- and high-fructose-induced cognitive defects by regulating the IRS/AKT and ERK/CREB/BDNF. FASEB J; doi: 10.1096/fj.2017.