No dia 12 de outubro é comemorado o Dia das Crianças, uma data para representar uma fase tão importante e significativa, pois indica o início da vida de todos nós, seres humanos. É nessa fase que temos o primeiro contato com o mundo, que conhecemos nossos familiares e vivenciamos novas experiências diariamente, afinal tudo é aprendizado e descoberta.
Mas falar em infância é algo muito amplo, por isso dividimos essa fase em 3 etapas: primeira infância (do nascimento aos 3 anos), segunda infância (3 aos 6 anos) e terceira infância (6 aos 11 anos). O foco de hoje é falar sobre a primeira infância, uma etapa crucial no desenvolvimento e formação dos indivíduos, e apresentar um método de introdução alimentar diferenciado.
A partir dos 6 meses é indicado o início da introdução alimentar (IA), com o objetivo de complementar a amamentação. Esse é um período de criação de vínculo do bebê com a comida, um momento para descobrir e conhecer a textura, o sabor e o aroma de cada alimento. Para isso é importante respeitar o desenvolvimento e entender os 5 sinais de prontidão:
- Sentar com o mínimo de apoio;
- Demonstra interesse pelos alimentos da família;
- Segura objetos com as mãos e os leva a boca;
- Já reduziu ou eliminou o reflexo de protrusão da língua;
- Cabeça e tronco firmes.
Após esse checklist é possível iniciar a IA e um método muito comentado no universo infantil é o BLW. A sigla vem da expressão Baby-Led Weaning, que significa “desmame guiado pelo bebê” quando traduzido para o português. Esse método foi criado em 2008 pela enfermeira inglesa Gill Rapley e, desde então, essa técnica vem despertando curiosidade e interesse dos pais.
É uma técnica que consiste no incentivo a autonomia do bebê, ao deixá-lo conduzir sua alimentação com as próprias mãos de forma gradual e natural. De modo geral, a oferta de alimentos é feita em pedaços, tiras ou bastões, cortados sempre pelo comprimento dos alimentos, para facilitar a pega. Ou seja, a criança não se alimenta de purês e papinhas.
Ao que parece é algo bem tranquilo e natural, não é mesmo? Mas ainda gera muitas dúvidas sobre suas vantagens, por isso elencamos as principais:
– Autorregulação: com o ato de tocar o alimento, levá-lo a boca e mastigá-lo, o bebê desenvolve a autorregulação, ou seja, o tamanho do alimento que cabe na boca, o quanto consegue mastigar e quando está saciado.
– Desenvolvimento físico, mental e social: durante esse processo são desenvolvidas habilidades cognitivas e motoras, descobrindo os movimentos adequados para se alimentar, além do desenvolvimento social, pelo convívio com a família durante a refeição.
– Estímulos sensoriais: com esse método os 5 sentidos são utilizados, se tornando uma experiência completa para o bebê. Dessa forma ele consegue ver, tocar, pegar, cheirar, mastigar, sentir a textura e ouvir os barulhos da mastigação, o que não aconteceria em sua totalidade se utilizasse talheres.
É importante lembrar que a técnica prioriza a autonomia do bebê, mas isso que quer dizer que ele deve se alimentar sozinho. Os pais ou cuidadores devem interagir com a criança durante as refeições, auxiliando em todo o processo.
Com o uso do método BLW uma diferença nutricional pode ocorrer na ingestão. A criança pode consumir um volume menor de comida enquanto descobre cada pedaço de alimentos. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) não recomenda apenas a utilização desse método, mas o uso em conjunto ou alimentação mista, que permite a exploração dos alimentos, mas garante um consumo adequado de nutrientes.
Fique atento aos sinais que o seu filho dá e adapte a sua rotina ao método que mais se encaixa ao seu pequeno. Lembre-se também de conversar com um médico ou nutricionista para executar a técnica da melhor forma!