O tema é endometriose

Chegamos em outubro, um mês marcado pela conscientização e combate ao câncer de mama, uma causa tão nobre e que merece total atenção e apoio. Além disso, esse mês nos leva a refletir sobre o cuidado com a saúde de forma geral, priorizando a prevenção e o autocuidado.

A saúde da mulher é cercada de desafios e exige atenção e direcionamento, já que o corpo feminino enfrenta inúmeros processos naturais, como ciclo menstrual, gestação, lactação e menopausa.

Como se não fosse suficiente todos esses processos, muitas mulheres enfrentam condições clínicas que afetam a sua saúde e exigem mudanças no estilo de vida, como a candidíase, síndrome do ovário policístico, endometriose, câncer de mama e de colo do útero.

Por isso, hoje vamos falar sobre uma doença que afeta até 15% das mulheres em fase reprodutiva, a endometriose. Ela é considerada uma doença crônica inflamatória em que ocorre o acúmulo de células do endométrio (tecido que reveste o útero) em regiões fora da cavidade uterina, como ovários, tubas uterinas e intestino.

As causas dessa doença ainda estão sendo estudadas, o que se tem são apenas discussões e teorias, mas os principais fatores de risco são: má formação, parto prematuro, 1ª menstruação precoce, menopausa tardia, baixo IMC, fluxo menstrual excessivo, baixa relação cintura quadril e histórico de parentes de 1º grau com endometriose.

Cólica menstrual excessiva, infertilidade, dor pélvica crônica, dor ao defecar, urinar e durante a relação sexual são os sintomas mais comuns. Um dado preocupante é que metade das mulheres com endometriose apresentam esses sintomas, mas não possuem diagnóstico.

A nutrição tem papel fundamental na prevenção dessa condição, atuando na redução dos riscos de desenvolvimento da doença pelas seguintes recomendações:

  • Adoção de dieta mediterrânea (alto consumo de frutas e legumes, cereais, azeite e peixe) e low FODMAP (restrição temporária do consumo de todos os carboidratos fermentáveis);
  • Consumo adequado de frutas e vegetais, de preferência orgânicos;
  • Reduzir o consumo de carne vermelha para apenas uma vez na semana;
  • Evitar o consumo de gorduras saturadas, pois aumentam os níveis de estradiol e são pró-inflamatórias;
  • Priorizar o consumo de gorduras insaturadas que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias;
  • Evitar o consumo de carboidratos com alto índice glicêmico isoladamente, pois gera pico nos níveis de insulina e promove a proliferação de células endometriais;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois aumenta a disponibilidade de estrogênio.

Como é uma doença crônica e inflamatória, o tratamento medicamentoso visa o alívio dos sinais e sintomas, com uso de anticoncepcionais e anti-inflamatórios. Porém, é importante aliar o tratamento a ingestão de alimentos ricos em ômega 3 (salmão, linhaça e oleaginosas), vitaminas C, E e D (frutas cítricas, óleos vegetais, ovos e leite), cisteína (oleaginosas e cereais integrais) e polifenóis (cúrcuma, uvas e açaí), esses compostos também podem ser utilizados na forma de suplementos para potencializar os resultados.

Lembre-se da importância de manter um acompanhamento médico e nutricional, realizar exames periódicos e o autoexame. Além disso, mais do que alimentar seu corpo, uma alimentação saudável promove saúde e bem-estar.

 

Karina Ramos é nutricionista da Rede Cia da Saúde
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