Low sugar – Uma medida preventiva contra o câncer

O câncer é considerado uma das principais causas de óbito na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Brasil) o número estimado para 2014/2015 é de aproximadamente 576 mil casos novos de câncer no Brasil, incluindo os casos de pele não melanoma, que é o tipo mais incidente para ambos os sexos (182 mil casos novos), seguido de próstata (69 mil), mama feminina (75 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil).

A principal justificativa para o aumento da incidência de câncer no país é a maior exposição dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos, como as mudanças nos padrões de vida no tocante à nutrição, bem como no consumo oferecido pela industrialização que refletem no perfil epidemiológico da população.

Outra justificativa para o aumento da incidência de câncer segundo muitos pesquisadores é o açúcar, que representa um risco para a saúde e contribui para cerca de 35 milhões de mortes no mundo todos os anos. O nível de toxidade do açúcar é tão grande, que para alguns deveria ser considerado uma substância de potencial tóxico como são o álcool e o cigarro.

Há quase um século, Otto Warburg (em 1931 ganhou o Premio Nobel de Fisiologia/Medicina) descobriu que o metabolismo das células cancerígenas é diferente do metabolismo nas células normais, onde mostra a importância da glicose (monossacarídeo – açúcar simples)  como principal fonte para geração de energia nas células tumorais. Estas células se multiplicam de maneira tão acelerada que passam a metabolizar até 200 vezes mais glicose do que as células normais.

A conclusão é que as células tumorais só conseguem extrair, de forma eficiente, a energia da glicose. Elas não conseguem utilizar outras fontes de energia como ocorre nos tecidos sadios, que também são capazes de utilizar corpos cetônicos, por exemplo.

A dieta cetogênica simula os efeitos metabólicos da fome, obrigando as células normais a usarem principalmente a gordura como fonte de combustível e induzindo uma privação de energia nas células tumorais. Esta dieta aumenta a concentração de corpos cetônicos no soro e diminui a absorção de glicose, tornado as células tumorais mais vulneráveis ao estresse de energia inibindo o crescimento do câncer.

Entretanto, uma dieta cetogênica (livre de qualquer carboidrato – açúcar) é extremamente complicada de ser seguida no cotidiano (diferente das condições experimentais nas quais os estudos são normalmente realizados). Este tipo de dieta permite o consumo de alimentos ricos em proteínas, como carnes, ovos e produtos lácteos, deixando de lado o consumo de açúcares em geral (carboidratos), que constituem a base de quase todos os outros tipos de alimento (massas, grãos, batata, frutas, pão, bolacha, doces) podendo causar um desequilíbrio nutricional, principalmente para pacientes com tumores avançados, que já podem estar bastante debilitados.

Porém pode-se concluir que a redução no consumo de açúcar, e até mesmo a redução da ingestão elevada de carboidratos (>50%) e a modificação da dieta ocidental, priorizando os alimentos de baixo índice glicêmico podem desempenhar um papel importante na prevenção do câncer. Sempre lembrando que tal intervenção deve sempre ser conduzida em conjunto pelo nutricionista e pelo médico.

 

Essas informações não dispensam acompanhamento do médico ou nutricionista.

Michele Gonçalves
Nutricionista CRN10: 3378

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